A criação do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) em Camaçari representa um importante passo para segurança pública em nossa cidade. A proposta de reunir Prefeitura, Estado, União, Ministério Público, forças policiais em um único organismo de articulação é super positiva. O GGIM tem potencial para gerar diagnósticos mais precisos, ações mais coordenadas e políticas públicas criadas a partir de dados precisos como exige o enfrentamento qualificado da criminalidade.No entanto, diante do histórico político recente da cidade, é indispensável garantir que o GGIM não pode, sob nenhuma hipótese, ser instrumentalizado por Caetano, pelo PT ou por qualquer grupo político para perseguição de opositores.As eleições de 2024 escancararam práticas condenáveis que fragilizaram a Democracia, o livre direito a manifestação política.Houve denúncias contundentes de uso indevido da estrutura do Estado para intimidar lideranças do chamado time azul. Ações seletivas da Polícia Militar, como blitzes direcionadas exclusivamente a veículos com adesivos do 44, abordagens constrangedoras e remoção forçada de materiais de campanha foram amplamente relatadas.Um dos episódios mais simbólicos dessa escalada de opressão foi a agressão sofrida por Ivana Paula, esposa do então prefeito Elinaldo Araújo, durante as comemorações do aniversário da cidade. A primeira-dama denunciou publicamente o comportamento violento e misógino do tenente-coronel Wellington Morais Santos, da Polícia Militar da Bahia, enviado a Camaçari justamente para comandar uma operação de opressão contra adversários políticos do PT. De acordo com os relatos, o oficial agiu de forma autoritária, agressiva e ofensiva, atingindo não apenas a figura institucional da primeiradama, mas também diversos cidadãos que participavam pacificamente do evento. Esse episódio não é isolado, mas sim parte de um padrão de uso indevido da estrutura de segurança pública com finalidades político-partidárias.São fatos gravíssimos, incompatíveis com o Estado Democrático de Direito.O GGIM não pode ser mais uma engrenagem nesse tipo de ação.Segurança pública exige neutralidade institucional, compromisso técnico e blindagem contra interesses partidários.É preciso estabelecer um núcleo de controle social e institucional dentro do GGIM, composto por representantes da sociedade civil, devidamente selecionados de forma transparente em seleção aberta a população.Criar protocolos de transparência e prestação de contas públicas, com divulgação de metas, indicadores, operações e critérios técnicos.Garantir que o gabinete tenha atuação exclusivamente focada no enfrentamento ao crime organizado, ao tráfico de drogas e armas, e à redução da violência e jamais na repressão seletiva a adversários políticos.O atual coordenador do GGIM, Gilberto Derrico, representa uma família historicamente presente em todas as gestões do município, tanto de esquerda quanto de direita.Justamente por isso, sua responsabilidade em garantir equilíbrio, impessoalidade e independência à frente do gabinete é ainda maior.Camaçari precisa de segurança, não de aparato para vigilância política. O GGIM será um avanço se for protegido de qualquer tentativa de uso eleitoral.