terça, 15 de julho de 2025

Como demanda da China por gelatina coloca jumentos em risco de extinção.

Segundo a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, de 1996 a 2025, o Brasil perdeu 94% de seu rebanho de asininos.

01/07/2025

Como demanda da China por gelatina coloca jumentos em risco de extinção.

Animais associados ao sertão brasileiro, os jumentos (Equus asinus) têm uma longa história de relação com os seres humanos. Sua domesticação ocorreu há cerca de 7.000 anos e, desde então, eles têm sido usados para auxiliar o trabalho humano. A tradição cristã, inclusive, atribui ao jumento o papel de carregar Jesus Cristo, em sua entrada triunfal em Jerusalém, uma semana antes de sua crucificação.

 

A relação entre homens e essa espécie de equino, congênere dos cavalos, fez sua população chegar a milhões, distribuída por vários países, inclusive o Brasil.

 

O costume chinês de consumir uma gelatina medicinal chamada eijao —remédio preparado com a pele dos jumentos— representa ame.

Especialistas se reuniram em Maceió para debater formas de preservar os animais. Um dos alertas do 3º Workshop Jumentos do Brasil, que terminou no sábado, foi o grande risco de extinção da espécie no país nos próximos anos.

 

Segundo a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, de 1996 a 2025, o Brasil perdeu 94% de seu rebanho de asininos, que são os burros, bestas e jumentos.

 

A preocupação não é nova. Em 2021, um estudo publicado na Revista Brasileira de Pesquisa Veterinária e Ciência Animal, da USP (Universidade de São Paulo), alertou que o Brasil não tem fazendas de reprodução de jumentos e que, no atual ritmo de abate, a população local entraria em extinção.