Animais associados ao sertão brasileiro, os jumentos (Equus
asinus) têm uma longa história de relação com os seres humanos. Sua
domesticação ocorreu há cerca de 7.000 anos e, desde então, eles têm sido
usados para auxiliar o trabalho humano. A tradição cristã, inclusive, atribui
ao jumento o papel de carregar Jesus Cristo, em sua entrada triunfal em
Jerusalém, uma semana antes de sua crucificação.
A relação entre homens e essa espécie de equino, congênere
dos cavalos, fez sua população chegar a milhões, distribuída por vários países,
inclusive o Brasil.
O costume chinês de consumir uma gelatina medicinal chamada
eijao —remédio preparado com a pele dos jumentos— representa ame.
Especialistas se reuniram em Maceió para debater formas de
preservar os animais. Um dos alertas do 3º Workshop Jumentos do Brasil, que
terminou no sábado, foi o grande risco de extinção da espécie no país nos
próximos anos.
Segundo a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, de 1996 a
2025, o Brasil perdeu 94% de seu rebanho de asininos, que são os burros, bestas
e jumentos.
A preocupação não é nova. Em 2021, um estudo publicado na
Revista Brasileira de Pesquisa Veterinária e Ciência Animal, da USP
(Universidade de São Paulo), alertou que o Brasil não tem fazendas de
reprodução de jumentos e que, no atual ritmo de abate, a população local
entraria em extinção.